Mal havia iniciado um cochilo providencial, por volta das 19 horas
deste domingo, quando meu nunca desligado celular tocou. Era um amigo,
em pânico, para me comunicar que sofreu tentativa de assalto na Estação
da Lapa, onde, na companhia de outro amigo, aguardava ônibus no
pavimento inferior. Estavam os dois na fila, sozinhos, quando surgiu à
sua frente um sujeito já tirando a arma da sacola..
Uma das
vítimas correu, passando por baixo dos ferros que separam os pontos, e a
outra ficou, estatelada, em frente ao bandido, com medo de correr e ser
baleada pelas costas. Diante dos gritos de socorro do que correu, o
marginal resolveu ir embora, mas sequer apressou o passo, saindo
vagarosamente, com aquela tranquilidade de quem se sabe impune.
As
duas vítimas subiram, então, para prestar queixa no módulo da PM que
funciona no andar de cima, e constataram que o pessoal fica dentro do
local e não há ronda no subsolo. Cientes disso, aliás, diversas outras
pessoas que aguardavam ônibus no momento da tentativa de assalto o
faziam na escadaria, bem longe do ponto. Aliás, este é o hábito no
local, já que ninguém tem mais esperanças de ter segurança. Eu só queria
saber a razão de não colocarem PMs no subsolo da estação (a maior de
Salvador, com movimento diário de cerca de 600 mil pessoas), onde, todos
sabem, há assaltos constantes. E por falar em segurança, a Guarda
Municipal anda por onde?
Enfim, é uma situação escandalosa, que
persiste anos a fio desafiando todas as denúncias e que, desconfio, em
nada mudará com mais este fato lamentável.(Alex Ferraz, colunista da Tribuna da Bahia)