Uma seta direcionada para cima pode indicar que não há ninguém em casa no turno da manhã, já o mesmo sinal apontando para a direita significa que o período da tarde é o “melhor” horário para realização do crime. Ano passado, uma quadrilha especializada neste segmento foi presa em Cuiabá, após ter marcado várias residências como alvos. Somente este ano, mais de 300 residências foram invadidas na cidade.
Preocupados com este número, as secretarias de Segurança de Cuiabá e São Paulo teriam divulgado um folheto que mostra alguns dos sinais usados pelos criminosos. Entre eles: b]^ ou D = Fácil de assaltar pela manhã; -> ou T = Fácil de assaltar pela tarde; V ou N = Fácil de assaltar pela noite; ? = Estão fora, mas há dificuldade; 7 = Casa vazia em julho (o n° representa o mês); ?+ = idoso sozinho todo o dia; * = necessário o uso de arma; $ = há dinheiro em espécie.
Segundo a polícia, alguns códigos já foram identificados na cidade de Teixeira de Freitas, a 826 km de Salvador. No último dia 3, um morador de rua, identificado como Tiago Conceição, teria sido flagrado por porte ilegal de armas. No depoimento, o acusado teria delatado todo o esquema criminoso dos códigos. “Apesar disso, não temos registros de assaltos ou arrombamentos feitos através dos códigos”, afirmou um agente da unidade.
Como a marcação dos imóveis é feita
De acordo com a polícia, os criminosos passam alguns dias, ou até semanas, observando a rotina dos moradores da residência para estabelecer os códigos. Além de pichações, são usados adesivos e até figuras feitas com arames farpados e, na maioria dos casos, os códigos são fixados próximo ao portão de entrada do imóvel.
Segundo a delegada Jussara Souza, titular da 16ª CP, não há indícios deste tipo de crime na capital baiana. “Nunca ouvi falar desta modalidade em Salvador”, afirmou. O mesmo foi confirmado pelo delegado Nilton Tormes, titular da unidade Especializada em Furtos e Roubos. “Não tenho conhecimento destes códigos em Salvador”, disse. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia tranquilizou os soteropolitanos, alertando que não há registros sobre esta prática na cidade.
Matéria: Daniela Pereira/Tribuna da Bahia.