terça-feira, 17 de maio de 2011

Professora da Uneb natural se Santa Bárbara tem trabalho plagiado pelo Ministério da Educação

Professora, está idêntico ao seu trabalho!”, disse uma aluna de Jaciete Barbosa dos Santos, depois que a docente da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) aconselhou os discípulos da pós-graduação a pesquisarem sobre educação para alunos com necessidades especiais. Ela havia lido seu próprio artigo com os alunos na aula anterior.

“Não é possível, de repente eles usaram as mesmas referências que eu”, respondeu a incrédula professora, considerando a hipótese de ser tudo um mal-entendido, afinal estavam tratando de uma publicação  de ninguém menos que o Ministério da Educação (MEC). “Para mim, o MEC estava acima de qualquer suspeita, até então era uma instituição absolutamente confiável”, diz Jaciete.
Foi a partir daquele dia de novembro de 2006 que iniciou-se a longa batalha da baiana do município de Santa Bárbara  que culminaria na sentença que condena a União e um dos professores que participaram da elaboração do material a pagar uma indenização de R$ 62.100 a Jaciete, pelo plágio de sua tese de mestrado, publicada num livro especializado, em agosto de 2002. Pelo documento, o MEC fica condenado a pagar R$ 41.400, e o professor Adílson Florentino da Silva, a cifra de R$ 20.700.
Ainda sem acreditar no que dizia a aluna, a professora pegou a publicação para ler e não teve dúvida: provavelmente, graças ao advento do Google, o resultado de dois anos e meio de pesquisa foi parar no livreto distribuído pelo MEC a professores da rede pública, com pequenas mudanças e enxertos, e sem nenhuma referência a ela nem aos autores que citava no texto original. “Roubar o trabalho intelectual de alguém é tão grave quanto chegar no mercado e roubar algo”, compara.